quarta-feira, 23 de abril de 2008


Eu não tenho o quê fazer, por isso me ponho a chorar. Não tenho o quê ou a quem escutar, por isso ponho minhas músicas que sempre roubam um pedaçinho de mim. E esses pedaçinhos não sei por onde se perdem, só sei que a cada dia sou cada vez menos eu. E vou assim... Me tornando não sei o quê, não sei pra quem, não sei porquê.
Pegar em um papel e uma caneta tem sido medilcre como um viciado que olha tentadoramente para sua droga: não querendo afastar, mas supeitando que deve; não com culpa, e sim com dó de si próprio; não com tristeza, sim com uma estranha solidão sendo compensada. Todos os dias de manhã quando me olho no espellho(nesse momento sou até confiante - em não sei o quê!), não sou isso que descrevo, mas é o que sou nas noites cheias de silêncio e frieza, assombrada de lembrança boas. E daí, durmo, os dias se seguem, não sei como. Hermeticamente, prossigo.

Rosália Souza

ps. Thom Yorke na foto.